maio de 2008
É apenas um bairro,
Copacabana,
mas não é para amadores.
Das janelas dos ônibus, príncipes e rainhas observam o seu reino.
Nas ruas, covardes e guerreiros se encontram no sinal fechado
uns com seus carros blindados e outros com seus escudos de velho cobertor
Nas noites, nos bares,
encontros aterrorizam, mas também constroem pontes.
É apenas um bar,
Bip-Bip,
mas naquelas poucas horas
com velhos amigos comunistas e
alguns poucos revolucionários cubanos
embalados por chorinhos e charutos
o mundo parecia ter algum sentido.
É apenas um bar,
Bip-Bip,
mas quando Noemii (princesa?) entra
o bar silencia
E enquanto me fita
(olhos negros, olhos negros)
Paris e Havana silenciosamente
se digladiam e se comungam
É apenas um olhar,
mas enquanto tudo em volta paralisa
sua íris exibe hordas em combate
e filhos que nunca tive
Reflexos do meu cérebro em chamas
É apenas um bar,
Bip-Bip,
mas naquele instante
entre medo e esperança
a vida pareceu ter algum sentido
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